O setor automóvel também tem sofrido as consequências da crise gerada pela pandemia. A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) fez um levantamento e constatou que as vendas de carros, no primeiro semestre deste ano, foram piores em comparação ao ano transato.
De acordo com os dados da Associação, em julho do corrente ano, venderam-se menos 21,4% de automóveis em relação ao mesmo período de 2020, e 34,7% menos que em 2019.
Em números gerais, no primeiro semestre de 2021, o total de vendas de veículos novos foi de 113.541, representando uma queda de 34,2% relativamente ao período homólogo de 2019.
O que nos dizem os números
Sobre a venda de automóveis ligeiros de passageiros em julho deste ano, verifica-se uma redução em 33,2% relativamente a julho de 2019.
Em relação ao mesmo mês do ano transato, a comparação aponta para uma queda de 19%.
No que toca a automóveis ligeiros de mercadorias, em julho de 2021, as vendas sofreram uma queda de 48,3% relativamente ao mesmo mês de 2019.
Comparativamente ao mesmo mês de 2020, a redução registada está em 35,9%.
Sobre o número global de vendas de automóveis nos primeiros sete meses deste ano, ou seja 91.768 veículos, verifica-se um aumento de 17,1% face ao mesmo período de 2020.
Em contrapartida, a comparação com 2019 demonstra uma redução de 36,2%
As marcas que têm vendido mais e menos
Entre as marcas de veículos que não sentiram o impacto da crise encontra-se, em primeiro lugar, a Skoda, que aumentou as vendas em 109,3%.
Isto representa 247 carros vendidos em junho de 2021, mais 129 carros do que em junho de 2020, quando venderam 118.
Outra empresa que tem mantido o bom desempenho nas vendas é a Kia, com um aumento de 51,1% nas vendas. Em terceiro lugar temos a Mitsubishi, com 48% a mais nas vendas de julho deste ano, comparado ao mesmo período do ano transato.
Mas nem todas as empresas têm conseguido manter os números otimistas. A FUSO, por exemplo, teve as vendas reduzidas em -94,2% numa comparação entre julho de 2021 e julho de 2020.
A queda na produção de automóveis
Além da questão da crise económica gerada pela pandemia, as empresas automobilísticas estão agora a enfrentar a chamada “crise dos semicondutores”.
Os semicondutores são pequenos componentes utilizados em muitos equipamentos, como eletrodomésticos, consolas de vídeojogos e também em automóveis.
Acontece que está a existir uma crise global de escassez destes semicondutores, trazendo um impacto e prejuízo significativos nas empresas fabricantes de carros.
De acordo com dados divulgados pela ACAP, em termos acumulados nos nove meses de 2021, as fábricas de automóveis em Portugal produziram 200.731 veículos, ou seja, mais 8,1% do que em igual período do ano anterior.
Porém, ao analisar os dados de setembro deste ano, é possível perceber a influência da crise.
Em setembro de 2021, foram produzidos em Portugal 21.006 veículos automóveis, o que representou uma queda de 35,7%, face ao mês homólogo de 2020.
A ascensão dos carros elétricos
Contrariamente à crise, o mês de setembro de 2021 marcou um novo máximo histórico em relação à venda de carros elétricos.
A procura por estes veículos tem crescido cada vez mais e prova disso são os dados de vendas nos nove meses deste ano.
Foram 19.673 veículos elétricos vendidos de janeiro a setembro de 2021. A marca Tesla e Elon Musk é a que possui maior expressividade nestes números, representando 5,24% do total das vendas.
Com a aparente recuperação da economia, e retorno à vida normal, só nos resta aguardar antes de fazer previsões para o futuro. Especialmente no que diz respeito ao fim da crise dos semicondutores.
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