MTIC: Quanto pago por um crédito?

Crédito pessoal Novo Banco

O MTIC é o Montante Total Imputado ao Consumidor. Veja o exemplo para um crédito pessoal.

Se contratar um crédito pessoal na Cofidis de 20.000 €, com um prazo de 84 meses, cuja mensalidade é de 336,18€, com uma TAEG = 11,5%, TAN = 10,00% e MTIC= 28.591,12€

Resultado: Pede 20.000€ e paga 28.591,12€ à Cofidis.

Assim, a resposta à sua pergunta “Quanto pago por um crédito?” é: 28.591,12€ – 20.000€=  8.591,12€

A grande maioria das pessoas não tem a mínima noção de quanto custa pedir dinheiro a crédito (independentemente da tipologia do mesmo).

Quando realiza qualquer tipo de contratualização de um crédito, tem sempre de devolver o montante solicitado (em prestações com juros) à entidade bancária que o concedeu.

Hoje iremos explicar-lhe o que é o MTIC, e como é que pode saber qual é o montante total que vai pagar por um crédito bancário.

Iremos também realizar algumas simulações de créditos distintas, que o vão ajudar a perceber a diferença.

O que é o MTIC e porque é que é tão importante no reembolso do crédito?

De forma simples, o MTIC designa o “Montante Total Imputado ao Consumidor”.

E o que é que isto quer dizer?

Pois bem, quer dizer que esta sigla representa quanto custa um crédito.

O mesmo resulta da soma do montante total do empréstimo, mais os custos associados ao crédito (taxas de juro, comissões bancárias, impostos e outros encargos que possam ainda ser imputados ao consumidor).

Quando o consumidor quer saber “quanto custa um crédito” tem de olhar para o MTIC pois este valor irá representar o montante total que vai ter de devolver ao banco.

Embora esta sigla seja importante de analisar, a verdade é que o mesmo apenas pode ser vinculativo quando se fala de um crédito com taxa de juro fixa, pois nestes casos a mesma irá manter-se durante o período contratual.

Quando a taxa de juro é mista ou variável, o MTIC é meramente indicativo, já que as taxas vão variar ao longo do ano, podendo o mesmo apenas ser estimado e nunca vinculativo.

No entanto, se quer comparar dois créditos distintos, o MTIC pode ser uma das melhores formas de perceber quanto custa pedir dinheiro a crédito.

Tenha em conta que:

  • Quando um crédito tem uma taxa de juro mais alta, o MTIC será sempre superior pois vai pagar mais juros;
  • Um crédito com um período de pagamento de 48 meses terá sempre um MTIC superior ao mesmo crédito com um período de pagamento de apenas 12 meses, pois irá pagar o mesmo num período de tempo superior.

De forma a perceber um pouco melhor quanto custa um crédito, iremos apresentar-lhe alguns exemplos de seguida, sendo que as simulações apresentadas são reais e realizadas através do site do Novo Banco, a dia 25/05/2018.

Simulações que o vão ajudar a perceber quanto custa um crédito

Não existe nenhuma forma mais simples de perceber quanto paga por um crédito, do que olhar para números e simulações.

Desta forma, apresentamos-lhe de seguida 2 simulações para a aquisição de algumas mobílias para a casa, e 2 simulações para a remodelação de um apartamento.

Analise-as de seguida.

1 – Simulação Novo Banco para aquisição de mobílias

Exemplo 1: A Ana e o Tiago pediram 15.000 € em 60 meses

A Ana e o Tiago, mudaram de casa e querem mobilar o seu novo espaço, para isso, resolveram pedir um financiamento ao Novo Banco, nomeadamente um crédito pessoal sem finalidade específica.

O valor do financiamento foi de 15 000 €, com um prazo de pagamento a 60 meses. Ambos têm o ordenado domiciliado e com um seguro de proteção ao crédito para o caso de algo de imprevisto acontecer.

Para este financiamento as taxas e MTIC são os seguintes:

  • TAN de 5,950%;
  • TAEG de 8,9%;
  • Valor mensal do crédito: 313,16 €;
  • MTIC de 19.482,40 €
  • Quanto pago? 4.482.40 €

Exemplo 2: A Filipa e o Miguel pediram 15.000 € em 48 meses

A Filipa e o Miguel, falaram com o Novo banco, também para solicitar um crédito pessoal sem fim determinado, sendo que o valor do financiamento foi de 15 000 € e o prazo de pagamento de 48 meses. Optaram também por domiciliar o ordenado e fazer o seguro de proteção ao crédito.

Para este financiamento as taxas e MTIC são os seguintes:

  • TAN de 5,950%;
  • TAEG de 9,4%;
  • Valor mensal do crédito – 374,55 €;
  • MTIC de 18.671,60 €
  • Quanto pago? 3.671,60 €

Comparação dos créditos: Exemplo 1 vs Exemplo 2

Embora o valor do crédito seja igual, como a Filipa e o Miguel quiseram um financiamento de menor duração, poupam no final do mesmo 810,10 € comparativamente ao exemplo anterior.

2 – Simulação para remodelação de um apartamento

Exemplo 3: A Tânia e do Cláudio pediram 40.000 € em 84 meses

A Tânia e o Cláudio são um casal jovem, que herdou uma casa e quer fazer algumas obras à mesma.

Assim sendo, optaram por solicitar um crédito pessoal ao Novo Banco, não indicando a finalidade do mesmo.

O valor do financiamento foi de 40 000 €, com um prazo de pagamento a 84 meses. Optaram por domiciliar o ordenado, mas não quiseram fazer um seguro adicional de proteção ao crédito.

Para este financiamento as taxas e MTIC são os seguintes:

  • TAN de 5,950%;
  • TAEG de 7,7%;
  • Valor mensal do crédito – 591,59 €;
  • MTIC de 51.021,89 €
  • Quanto pago? 11.021,89 €

Exemplo 4: A Joana e o Pedro pediram 40.000 € em 60 meses

A Joana e o Pedro, auferem mensalmente um bom ordenado e por isso resolveram restaurar a vivenda da família, solicitando ao Novo Banco um financiamento pessoal.

Pediram emprestados 40.000 € com um prazo de pagamento de 60 meses. Domiciliaram o ordenado, contudo, não fizeram um seguro de proteção ao crédito.

Para este financiamento as taxas e MTIC são os seguintes:

  • TAN de 5,950%;
  • TAEG de 8,1%;
  • Valor mensal do crédito – 780,45 €;
  • MTIC de 48.155,27 €
  • Quanto pago? 8.155,27 €

Comparação dos créditos: Exemplo 3 vs Exemplo 4

Embora o valor do crédito seja igual, como a Joana e o Pedro (Exemplo 4) quiseram um financiamento de menor duração, poupam no final do mesmo 2.866,62 € comparativamente ao exemplo anterior.

Como vê, o MTIC é um dos pontos essenciais a analisar quando está a ponderar contratar qualquer tipologia de financiamento, uma vez que o mesmo lhe indica quanto é custa pedir dinheiro a crédito.

Se precisa neste momento de algum financiamento pessoal adicional, não hesite em contactar-nos pois estamos à sua inteira disposição para qualquer esclarecimento.

Categorias: Bancos e EconomiaCrédito Consolidado
Ricardo Rodrigues: CEO e Fundador da RRNValores Unipessoal, Lda, Ricardo Rodrigues gere uma equipa formada por consultores, criadores de conteúdos e programadores que desenvolvem e mantêm uma plataforma gratuita com informação e comparação de produtos bancários. Formado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL) e apaixonado pela área Financeira, criou o nvalores.pt em Agosto de 2013 com a missão de garantir uma comparação independente de produtos bancários em Portugal. Exerceu funções de consultor financeiro independente na Empresa Maxfinance, nomeadamente assessoria na obtenção de crédito pessoal, crédito consolidado, crédito automóvel, cartões de crédito, crédito hipotecário, leasing, seguros e aplicações financeiras. Email: geral@nvalores.pt