Início / Artigos / Banca / Estudo sobre o custo de vida em Portugal

De entre todos os países da Europa, o custo de vida em Portugal costuma figurar entre os mais acessíveis. Principalmente quando fazemos uma comparação com o custo de vida em França ou no Reino Unido, por exemplo.

Para quem não sabe o custo de vida no mundo é calculado tendo por base o valor de bens e serviços básicos em relação ao salário médio da população.

Gastos com habitação (seja arrendada ou comprada), alimentação, transportes, telecomunicações, água, luz e gás estão entre as necessidades essenciais para qualquer pessoa, independentemente de ter uma vida mais simples ou com maiores posses.

Contudo, o problema é que nem sempre o salário médio acompanha a oscilação dos valores destes bens e serviços básicos.

Um estudo recente, denominado Rendimento Adequado em Portugal – Ver estudo raP – demonstrou que para se “viver com dignidade” no nosso país seria ideal que uma pessoa solteira tivesse  um rendimento mensal de 783€.

Enquanto que para um casal com um filho pequeno este valor é aumentado para 1.800€.

No entanto, estes valores não englobam outros custos que são muito comuns como jantares fora, hobbies, ginásio, crédito auto ou qualquer outra necessidade que tenhamos para manter um estilo de vida confortável.

É importante frisar que o salário mínimo em Portugal em 2019 está fixado em 600€, enquanto a média salarial da população é de 913,90€. Contudo, existem milhares de pessoas que auferem o ordenado mínimo e vivem no limiar da pobreza.

Essas informações são interessantes não só para os portugueses, mas também para os brasileiros ou para qualquer pessoa que tencione vir viver para Portugal.

Isso porque o nosso país tornou-se um destino bastante procurado nos últimos anos (essencialmente devido ao clima agradável e ao fato de ser um país com um nível de segurança acima da média).

Custo de vida em Portugal 2019

Tal como dissemos anteriormente o custo de vida em Portugal tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Contudo, espera-se (infelizmente) que esta tendência continue a ocorrer.

Assim, de seguida perceba um pouco melhor alguns dos custos que têm vindo a aumentar ao longo dos anos.

1 – Serviços de Telecomunicação

Todos os anos existe uma atualização da taxa de inflação a nível nacional. E, anualmente as operadoras de telecomunicações podem optar por ajustar ou não os preços dos seus serviços.

Quando falamos de serviços de TV + Net + Voz os valores no mercado nacional podem variar entre 20€ e 50€ mais ou menos.

Claro que tudo irá depender do tipo de serviço que tem e dos produtos que agregou ao seu pacote.

2 – Habitação

A habitação em Portugal, principalmente quando falamos de zonas de influência como é o caso de Lisboa e arredores, tem estado a aumentar drasticamente.

Hoje em dia é extremamente complicado encontrar um imóvel para arrendar pelos arredores de Lisboa que não tenho um valor mínimo de 500€ por mês.

Se pensarmos que o ordenado mínimo é de 600€, é simples perceber que uma pessoa que aufira mensalmente este valor, dificilmente poderá dar um passo em frente no aluguer da sua própria casa.

Quando falamos da aquisição podemos dizer que apesar de os bancos concederem crédito habitação a quem reúna as condições necessárias para tal, comprar casa nunca foi tão complicado como hoje em dia.

Isto porque, o preço médio dos imóveis subiu em 2 anos cerca de 40%. Além disso, é necessário ter um valor inicial entre 10% a 15% do imóvel para dar seguimento à sua compra.

E, tendo em conta o ordenado médio e os custos de um arrendamento, não é simples juntar tanto dinheiro.

3 – Tabaco, gasolina e refrigerantes

O que é que têm estes 3 pontos em comum? É simples! São 3 dos produtos com maior aumento anual no nosso país.

Quando falamos em tabaco o aumento médio anual é de cerca de 10 cêntimos (hoje em dia o valor mínimo de um maço de tabaco é de 4,30€).

A gasolina e o gasóleo têm também aumentado, mas verdade seja dita já houve anos em que os valores estiveram (ainda) mais altos.

Quanto aos refrigerantes houve um aumento enorme no último ano. Isto porque, em 2018 a obesidade infantil foi considerada pela OMS um dos maiores flagelos da humanidade. E, como os refrigerantes não são uma boa opção para as crianças, foram aumentados de forma drástica.

4 – Outros pontos importantes a considerar

Vários estudos têm sido realizados e é interessante apresentar alguns dados relativos a serviços básicos que todos nós acabamos por utilizar no nosso dia a dia.

Bem sabemos que todos os anos serviços como energia elétrica, gás e transportes públicos sofrem reajustes. E, os portugueses devem estar atentos a essas alterações, uma vez que as mesmas afetam diretamente o orçamento mensal das famílias.

Veja de seguida, os custos de alguns bens e serviços em Portugal em 2019:

4.1 – Transportes

  • Passe de transporte público mensal – 34, 00€
  • Bilhete unitário para o transporte público – 1,50€
  • 1 litro de gasolina – 1,53€

4.2 – Serviços Básicos

  • Serviços básicos (água, eletricidade, gás e TV) – 95,00€ (valor médio que depende de inúmeros fatores)

4.3 – Vestuário e calçado

  • Ténis – 70,00€
  • Sapatos – 45€
  • Um vestido casual – 29,00€

4.4 – Alimentação 

  • Pão (1 quilo) – 1,10€
  • Leite (1 litro) – 0,62€
  • Arroz (1 quilo) – 0,88€
  • Ovos (12 unidades) – 1,68€
  • Peito de frango (1 quilo) – 5,30€
  • Batata (1 quilo) – 0,86€
  • Maçã (1 quilo) – 1,57€
  • Água (1,5 litros) – 0,55€

A partir dos dados apresentados, podemos concluir que o ordenado mínimo dos portugueses não tem se equiparado ao reajuste inflacionário dos produtos e bens básicos para manter um estilo de vida confortável.

O custo de vida aumenta todos os anos. E, esse aumento pode ser sentido de forma ainda mais drástica nas grandes cidades.

Idealmente deveria haver um maior equilíbrio no que diz respeito ao custo de vida e o valor pago pela mão de obra da população economicamente ativa.

Se analisarmos bem, Portugal é um dos países da Europa com um maior custo de vida e com um menor ordenado mínimo.

Veja também: Evolução da dívida pública de Portugal até 2019

Revisto por Ricardo Rodrigues

CEO e Fundador da NValores (RRNValores Unipessoal, Lda,)

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