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A próxima crise financeira

Ainda não saímos completamente de uma crise financeira, mas os sinais de alarme começam a soar. E se a esta crise financeira suceder outra? E se o mercado estiver já a evidenciar sinais passíveis de nos preocuparem?

Para dizer a verdade, esta possibilidade é menos remota do que muitas pessoas poderiam pensar. Nos últimos dias do mês de junho, o Bank of International Settlements (BIS) – instituição que funciona como reguladora dos bancos centrais – emitiu um comunicado a informar que a euforia que se vivia nos mercados não encontra correspondência na realidade da economia internacional.

O BIS foi mais longe e aconselhou os bancos centrais a alterarem as suas políticas monetárias, no sentido de travarem as subidas não sustentáveis nos mercados financeiros.

Estas palavras vão no sentido de reduzir a liquidez injetada nos mercados, mas também de se alterar a política que tem mantido as taxas de juros em mínimos recordes.

Também o World Gold Council, entidade responsável por regular a indústria do ouro a nível mundial, mostrou a sua preocupação, no seu relatório semestral: “muitos dólares em perseguição de um número tão reduzido de produtos com retornos altos podem dar origem a bolhas financeiras… Este é um caminho que pode tornar-se insustentável.”

Mais Sinais de Receio Pela Possibilidade de Uma Nova Crise Financeira

O Danske Bank, a maior instituição bancária da Dinamarca, anunciou recentemente que iria colocar de parte 5% do seu capital para realizar investimentos mais associados à economia real.

Esta instituição bancária resolveu procurar alternativas menos expostas aos mercados financeiros, procurando antecipar a convulsão que parece avizinhar-se.

Os mercados bolsistas também foram recentemente abalados pelo episódio “Cynk Technology“.

A “Cynk Technology” é uma pequena empresa de redes sociais que apenas possui um funcionário e que não regista qualquer tipo de receita. De forma inesperada e inexplicável, o valor das ações desta empresa subiram 3600%, passando de 10 cêntimos para 21 dólares, em apenas um mês.

Esta subida avassaladora obrigou a entidade reguladora do mercado americano a suspender as ações. Após 10 dias de pausa, a Cynk Technology voltou ao mercado e o valor das suas ações caiu tão rapidamente quanto havia subido.

Esta instabilidade nos mercados financeiros preocupa os especialistas financeiros, que apontam para a insustentabilidade provocada por este tipo de negociação.

Os máximos históricos atingidos pelos mercados norte-americanos, mas também pelos mercados europeus, podem indicar uma atitude menos rigorosa dos investidores perante o risco.

Dívida das Empresas: A Próxima Bolha?

Uma das últimas tendências dos investidores é a procura de retornos mais elevados, através da compra da dívida emitida por empresas “junk”. A lógica é simples, quanto maior for o risco associado, maior será o juro exigido pelos investidores e consequentemente maior será o retorno.

Este excesso de procura está a resultar na queda dos juros pedidos e num número recorde de emissões. Este jogo financeiro altamente arriscado pode efetivamente estar na origem da próxima crise financeira.

Quer as empresas, quer os estados soberanos continuam a somar dívida, o que em breve poderá resultar numa situação insustentável.

Os sinais de nervosismo no mercado financeiro são evidentes e o receio de que a próxima crise financeira surja mais rapidamente do que o esperado começa a acentuar-se.

Revisto por Ricardo Rodrigues

CEO e Fundador da NValores (RRNValores Unipessoal, Lda,)

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