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Vai pedir crédito habitação? Veja as 6 dicas do Banco de Portugal

Cada vez mais os portugueses optam por comprar casa em vez de arrendar. Isto acontece porque o mercado do arrendamento está cada vez mais complicado, já que nos grandes centros urbanos a grande maioria das casas ou tem um valor exorbitantemente alto, ou serve essencialmente para arrendamento de curta duração.

Para quem está a pensar pedir crédito habitação para comprar casa, o Banco de Portugal deixa alguns conselhos que podem ajudar na tomada de decisão sobre a escolha do melhor crédito.

Pedir crédito habitação para comprar casa – 6 dicas a ter em conta

Antes de pensar comprar uma casa, é importante que tenha em mente que a contratação deste tipo de crédito vai ser provavelmente o compromisso financeiro mais duradouro da sua vida (já que os prazos de pagamento podem facilmente chegar aos 50 anos).

Desta forma, as dicas do Banco de Portugal, vão servir para apoiar a sua decisão, e ajudar a optar pela melhor alternativa.

1 – Compare diversas propostas

O primeiro passo na escolha de um crédito habitação, passa por comparar as diversas propostas dos bancos, de forma a conseguir obter o financiamento que melhor se adequa às suas verdadeiras necessidades.

A melhor forma de o fazer, é ao ler a FINE (Ficha de Informação Normalizada Europeia). Sempre que realiza uma simulação, a entidade bancária terá de lhe entregar este documento, onde estão descritas todas as condições, prazos, taxas de juros, comissões e qualquer outro dado que seja relevante para o pedido de crédito habitação.

Depois de ter na sua posse as FINE das várias entidades bancárias, deve comparar as mesmas, e analisar qual a opção mais vantajosa para si.

2 – Analise as suas finanças

A verdade é que antes mesmo de começar a procurar casa e pensar em pedir crédito habitação, é importante que olhe bem para as suas finanças pessoais.

Este ponto é essencial para perceber se irá conseguir suportar a prestação mensal do crédito, assim como, potenciais aumentos que possam existir no caso de contratar uma taxa de juro que seja variável.

Tenha em mente que a FINE tem uma simulação descrita que lhe mostra qual é o impacto previsto no valor mensal do crédito habitação no caso de um aumento da taxa de juro.

Além disso, lembre-se que embora a sua vida financeira possa neste momento estar estabilizada, existem imprevistos que podem acontecer, logo é importante salvaguardar-se nesse sentido (tendo por exemplo um fundo de maneio para emergências).

3 – Pondere bem entre taxa fixa ou taxa variável

Existem diferenças significativas entre a taxa de juro fixa ou variável, por isso é importante que conheça bem as vantagens e desvantagens de cada uma.

Por exemplo, uma taxa fixa irá manter-se constante durante todo o prazo do financiamento, sabendo assim que o montante acordado será aquele que vai pagar mensalmente até ao final do contrato.

Quando falamos de uma taxa variável, tal como o nome indica, a mesma oscila de acordo com as alterações da taxa de juro de referência (EURIBOR), e pode ser alterada de acordo com o que for estabelecido (1 mês, 3 meses, 6 meses, anual…).

Frisamos ainda que a taxa de juro fixa é por norma um pouco mais alta que a variável, no entanto, pode ser uma alternativa válida para quem não quer surpresas no montante pago mensalmente.

4 – Pondere o prazo de pagamento do empréstimo

Pedir um crédito habitação, implica um contrato de longo termo com o banco, por esse mesmo motivo é essencial que pondere bem qual o prazo de pagamento que irá escolher.

Escolher um prazo de pagamento maior, implica que mensalmente o valor pago ao banco seja menor, contudo, no final do empréstimo o valor pago será sempre superior devido aos juros (que tem de liquidar por mais tempo).

Desta forma, faça todos os cálculos de modo a perceber qual a prestação máxima que pode pagar pelo crédito habitação, pagando o mínimo de juros sobre o empréstimo.

5 – Avalie todos os custos de pedir crédito habitação

Quando solicitar um crédito habitação, é importante que olhe para todos os encargos associados ao mesmo.

A grande maioria das pessoas olha apenas para o spread de um crédito, descurando de outras taxas importantes como é o caso da TAER que em 2018 passou a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global) e o MTIC (Custo Total Imputado ao Consumidor).

Ambas devem ser analisadas, de forma a poder ter noção de quanto é que irá pagar anualmente no que concerne o crédito escolhido.

6 – Analise os produtos associados

Se de forma a baixar o spread do crédito habitação o banco lhe solicitar a subscrição de alguns produtos financeiros (como é o caso de cartões de crédito) analise qual o impacto que os mesmos vão ter na prestação mensal, e quais os custos se no futuro optar por abdicar de algum desses produtos.

Esta informação também se encontra disponível na FINE, sendo por isso um dos motivos pelos quais este documento é tão importante na hora de pedir crédito habitação.

Exemplo prático de pedido de crédito habitação

De forma a perceber um pouco melhor como se processam os custos associados a um crédito habitação, damos-lhe um exemplo.

A Filipa e o Miguel, solicitaram um crédito habitação no valor de 120.000€, com um prazo de reembolso de 360 meses (ou seja, 30 anos) e uma TAEG de 2,87% (custos totais associados ao crédito por ano).

No final do contrato, se optassem por uma taxa fixa, o valor total do crédito (MITC) o valor pago ao banco seria de 177.849,79€, ou seja, mais de 57.000€ associados aos juros e comissões inerentes ao crédito.

É importante frisar que não é possível dar um montante exato para o valor que seria pago no caso de optarem por uma taxa de juro variável, já que não existe forma de prever como vai evoluir a taxa de juro ao longo dos anos do empréstimo.

Agora que já conhece 6 conselhos do Banco de Portugal para pedir crédito habitação, leia atentamente todos os documentos que lhe entregarem, de forma a conseguir escolher a melhor alternativa e que se adeque às suas necessidades.

Se precisar de algum apoio nesse sentido, fale com um fale com um consultor que estamos à sua inteira disposição para qualquer esclarecimento adicional.

Revisto por Ricardo Rodrigues

CEO e Fundador da NValores (RRNValores Unipessoal, Lda,)

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