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Há uma bolha imobiliária em Portugal?

A verdade é que não é incomum ouvirmos nas notícias informações relativamente à possibilidade de existir em Portugal uma bolha imobiliária.

Contudo, a verdade é que, embora esta situação tenha ocorrido em Espanha há já alguns anos, a grande maioria dos portugueses não sabe ao certo o que é que significa e quais as consequências associadas à mesma.

Desta forma, e numa altura em que tanto se fala de um aumento da facilidade de comprar casa em Portugal, resolvemos explicar-lhe o que é efetivamente uma bolha imobiliária e quais as consequências associadas à mesma.

O que é uma bolha imobiliária?

Todos os setores da economia, são regulados pela lei da oferta e da procura, que procura de forma prática manter o equilíbrio entre a oferta e a procura de determinados produtos ou serviços.

De forma simples, a procura de um determinado produto é diretamente influenciada pelo consumidor final, pelo preço, pela qualidade e em última instância pela facilidade de compra.

Assim sendo, é importante ter em conta que o mercado imobiliário também se regula pela lei da oferta e da procura.

Estamos numa altura em que tem aumentado de forma significativa a concessão de créditos para a aquisições de imóveis.

Este aumento, leva a que milhares de pessoas que querem comprar uma casa, comecem finalmente a recorrer aos bancos de forma a poderem adquirir a mesma.

Contudo, isto leva a que haja um aumento desenfreado da procura de casas, fazendo com que a procura de imóveis seja superior à oferta existente no mercado, levando a um aumento considerável dos preços dos mesmos.

Com a subida rápida do preço de compra, quem tem efetivamente dinheiro, acaba por investir na compra de imóveis para alugar ou para revender posteriormente a um preço muito superior.

Desta forma, estão dados os primeiros passos para que estoire uma bolha imobiliária.

6 Passos para que se forme uma bolha imobiliária

A verdade é que uma bolha imobiliária não estoira de um dia para o outro, são precisos meses ou em alguns casos anos para que a mesma rebente.

Contudo, são 6 os passos que levam à sua existência.

Conheça-os de seguida.

1 – Existe um aumento bastante significativo da procura por imóveis em todo o país, logo o preço dos mesmos irá começar a subir.

2 – Existe um aumento de investidores que compram diversos imóveis para alugar ou para vender a um preço superior (conseguindo assim ganhar dinheiro com a compra e venda dos mesmos).

3 – O preço dos imóveis acaba por subir em demasia, fazendo com que potenciais compradores acabem por evitar investir, uma vez que os valores estão demasiado altos. Nesta altura, os mesmos ponderam seriamente alugar uma casa em vez de comprar.

4 – Existe um aumento significativo na procura de imóveis para alugar, o que faz com que o valor das rendas aumente de forma exponencial.

5 – O preço dos imóveis para compra começa a baixar de forma significativa em todo o mercado, uma vez que se verifica uma considerável diminuição na procura.

6 – O preço dos imóveis no geral desce drasticamente, pois os investidores começam a vender as casas ao desbarato de forma a conseguirem desfazer-se das mesmas.

Como vê, não é muito difícil criar uma bolha imobiliária, pois a mesma depende inteiramente da lei da oferta e da procura.

Está Portugal a entrar numa bolha imobiliária?

Sempre que existe um aumento de preços dos imóveis além do razoável, começa a especular-se se vai ou não existir uma bolha imobiliária em Portugal.

A discussão voltou à tona especialmente devido às consequências económicas da pandemia, deixando marcas em todo o mercado imobiliário europeu.

Naturalmente, a venda de imóveis reduziu (para níveis nunca antes vistos). Mas, ainda assim, os preços dos imóveis subiram na maior parte dos países da União Europeia.

Portugal registou a segunda maior subida entre todos os países e, segundo os critérios do Eurostat, está em risco de bolha imobiliária.

Basta observar o mercado imobiliário nos últimos anos para perceber que os preços dos imóveis para comprar estão a crescer.

Contudo, desde 2016 que se nota um aumento maior do que o recomendável pelas autoridades económicas e financeiras. Tal gera o receio de um cenário de bolha imobiliária.

De acordo com analise do Eurostat, já há cinco anos consecutivos que o preço das casas no mercado português apresenta variações anuais superiores a 6%.

Este é o valor que, de acordo com a Comissão Europeia, coloca um país em risco de bolha de preços. Em Portugal, o pico foi registado entre 2018 e 2019, com aumentos anuais de 8,6% neste índice.

Até mesmo em 2020, quando enfrentávamos a pior fase da pandemia, o índice do preço das casas aumentou 7,4%, sendo o quarto maior registo dos últimos dez anos.

E mesmo com a tendência de aumento dos preços ano após ano, muitas famílias e investidores continuam a apostar no mercado residencial português.

O que nos resta é continuar a observar com cautela os movimentos do mercado imobiliário, para não se deixar afetar pela possível bolha que está a formar-se.

Se está neste momento a ponderar comprar a sua primeira casa ou uma casa para arrendar, e não sabe ao certo por onde começar a sua análise, peça uma simulação a um consultor para o poder ajudá-lo a obter as melhores soluções de financiamento para concretizar o seu sonho.

Salientamos que temos à sua disposição diversos consultores financeiros, que devido ao seu conhecimento de mercado, podem conseguir obter o crédito mais barato e com o spread mais baixo que melhor se adapte às suas necessidades e ao que está efetivamente à procura.

Revisto por Ricardo Rodrigues

CEO e Fundador da NValores (RRNValores Unipessoal, Lda,)

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